Os que também amam poesia...

terça-feira, 13 de setembro de 2011

EFÊMERO

Se eu gritar para dentro de mim mesma
minhas entranhas me ouvirão?
E o que sinto decifrará as notas dissonantes do meu choro,
na orquestra dos sons calados?
O maestro desesperado para ouvir os acordes
e o acordar da minha alma sem sono...

Qual resposta dar ao meu coração?
Quantos discursos ele ainda suporta?
Quanta dor ele ainda pode sentir?
Quem vai sentado ao seu lado nesta viagem?

O chão que se abre sem amparo...

a estrada que não tem fim...

saudades do oásis neste deserto de águas...

Que mão segura a minha?

Quais lábios tocam os meus?

O espelho como disco arranhado
me lembra as horas...
os minutos...
os segundos...

nem o efêmero é efêmero diante da eternidade do meu querer...

minha "Pasárgada" é meu quarto
a parede que separa meus desejos...

soprei meus sentimentos ao vento...

pode ser que eles ainda voltem...

fragmentados...

trazendo as cores da sua luz...